Gunnar Esiason é um defensor de pacientes que vivem com fibrose cística e lidera a estratégia no Florence Healthcare, uma plataforma de fluxo de estudos clínicos. O Sr. Esiason tem fibrose cística e recentemente escreveu um editorial no Medpage [1] defendendo o aumento da remuneração dos participantes de estudos clínicos para acelerar o recrutamento. Saúde e Fármacos discorda de seu ponto de vista porque considera que esses pagamentos limitam a autonomia do paciente e podem induzí-lo a correr riscos desnecessários, especialmente considerando que a proporção de estudos bem-sucedidos é baixa.
O Sr. Esiason diz que a maioria das pessoas com fibrose cística que ele conhece participaram de pelo menos um, se não de vários estudos clínicos, e ele acredita que os envolvidos na pesquisa clínica não dão a devida importância ao valor que os pacientes recebem. De acordo com ele, participar de um estudo é como trabalhar para uma empresa que não investe em seus funcionários há muito tempo. A remuneração é baixa, apesar do tempo necessário para participar da pesquisa e do número crescente de estudos que precisam de participantes.
A demanda por pacientes para participar de estudos clínicos está aumentando; no entanto, 80% dos estudos sofrem atrasos no recrutamento, o que pode representar perdas de receita para as empresas entre US$ 600.000 e US$ 8 milhões por dia.
O Sr. Esiason argumenta que foi demonstrado que um aumento moderado na remuneração pode motivar a participação, sem ser um “incentivo injusto”. Em outras palavras, os pacientes seriam incentivados a participar, mas não coagidos a fazê-lo. Em sua opinião, pagar aos participantes beneficia a empresa, que pode vender seus produtos a preços de monopólio por mais tempo, e também os pacientes, que podem ter acesso mais rápido a terapias inovadoras. Além disso, ele diz que o tempo é importante não apenas para os participantes do estudo, mas também para a comunidade mais ampla de pacientes que depende dos resultados dos estudos clínicos.
As diretrizes da FDA sobre remuneração de pacientes são vagas, afirmam que a remuneração é um incentivo para o recrutamento e deixam a cargo dos comitês de ética em pesquisa a determinação do valor, portanto, há uma grande variabilidade.
Embora Esiason reconheça que o pagamento pode contribuir para coagir os pacientes, ele também argumenta que os pacientes atualmente têm acesso a mais informações do que nunca sobre sua própria saúde e sobre produtos de pesquisa. Por isso, ele acredita que um aumento em sua remuneração não violaria nenhum princípio ético.
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