A Novo Nordisk anunciou que eliminará gradualmente a produção de canetas de insulina humana, para focar na fabricação de seus medicamentos injetáveis para obesidade e diabetes, que são mais rentáveis, segundo informações da Reuters [1]. Embora a empresa não tenha especificado um cronograma, confirmou que, no futuro, a insulina humana estará disponível apenas em frascos.
Em países de alta renda, como os Estados Unidos, a maioria dos pacientes com diabetes usa insulina análoga em vez de insulina humana, devido à sua maior eficácia no controle do açúcar no sangue. No entanto, em países de baixa e média renda, a insulina humana é mais utilizada, pois a versão análoga é mais cara e difícil de produzir.
O aumento das vendas de Wegovy e Ozempic fez com que a Novo Nordisk se tornasse a empresa mais valiosa da Europa, com uma capitalização de mercado de US$ 572 bilhões. Embora as canetas de insulina humana não sejam as mesmas utilizadas para seus medicamentos GLP-1, sua retirada pode afetar o acesso ao tratamento em países de pouco recursos.
Organizações como Médicos Sem Fronteiras e T1 International criticaram a decisão, afirmando que ela amplia a desigualdade no acesso ao tratamento do diabetes. Em mercados de alta renda, a Novo Nordisk continuará fabricando canetas de insulina análoga, enquanto em países mais pobres, os pacientes terão que depender de seringas, um método menos preciso e mais difícil de usar. Houve protestos contra essa medida em cidades como Joanesburgo, onde centenas de pessoas demonstraram rejeição à decisão da farmacêutica.
Nos Estados Unidos, pacientes manifestaram preocupação com a descontinuação do Levemir, uma insulina análoga de ação prolongada, pois a mudança no tratamento tem sido desafiadora para muitos.
A Novo Nordisk reconheceu o impacto da decisão nos pacientes e afirmou estar em conversações com as autoridades de saúde da África do Sul para garantir o acesso contínuo à insulina.
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