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Reações Adversas

Ceftriaxone by the subcutaneous route: severe skin necrosis

(Ceftriaxone by the subcutaneous route: severe skin necrosis)
Prescrire International 2024; 33 (261): 190
Traduzido por Salud y Fármacos, publicado em Boletim Fármacos: Farmacovigilância 2025;2(2)

  • 18 casos de necrose cutânea severa atribuídos à injeção subcutânea de ceftriaxona foram relatados na França entre 1985 e 2022. Em 3 casos, os pacientes requereram tratamento cirúrgico da necrose.

A ceftriaxona é um antibiótico cefalosporínico de “terceira geração”, usado na forma injetável (1,2). Em 2014, na União Europeia, o uso de produtos contendo ceftriaxona foi restrito às formas intravenosa ou intramuscular. A via subcutânea não foi mais autorizada, dada a falta de avaliação em seres humanos. Porém, em 2019, na França, a Agência Francesa de Produtos de Saúde (ANSM) considerou que “em algumas situações, o clínico pode julgar que a administração subcutânea de ceftriaxona é indispensável (…) desde que [o paciente] ou sua família sejam informados” (tradução do francês para o inglês da Prescrire) (1,3-5).

Um estudo realizado por um centro de farmacovigilância regional francês examinou 18 relatos de necrose cutânea atribuídos à ceftriaxona injetada por via subcutânea, registrados no banco de dados de farmacovigilância francês entre 1985 e julho de 2022 (6). 18 casos de necrose cutânea analisados. A idade média dos pacientes foi de 78,7 anos, e cerca de três quartos deles eram mulheres (6). A ceftriaxona foi usada para tratar infecções pulmonares, gastrintestinais ou do trato urinário, ou a sepse. Em 16 pacientes, a ceftriaxona foi o único medicamento suspeito.

Em 2 pacientes, a ceftriaxona foi combinada com outro medicamento: um aminoglicosídeo ou lidocaína. A dose diária foi de 1 g em 44% dos pacientes e 2 g em 33%, ou seja, em conformidade com a dosagem recomendada no Resumo das Características do Produto (summary of product characteristics, SmPC) francês para o Rocephin° para uso intravenoso ou intramuscular. O solvente usado para a diluição não foi especificado na maioria dos relatórios. Um solvente é incluído na embalagem de alguns produtos contendo ceftriaxona destinados à administração intramuscular, e geralmente contém lidocaína porque a injeção intramuscular é dolorosa (7).

Dependendo do caso, a necrose estava associada a eritema, formação de bolha ou hematoma, ou outras reações locais. Todos os casos foram graves, e 6 pacientes requereram internação hospitalar ou prolongamento da internação. Três pacientes foram operados (6).

O tempo mediano para o início da necrose cutânea foi de 4 dias após o início da exposição (variando do dia da injeção até 16 dias depois). Em sete pacientes, a necrose cutânea apareceu no dia da primeira injeção ou no dia seguinte (6).

O SmPc francês do Rocephin° não adverte sobre os riscos da injeção subcutânea (7). O mecanismo por trás do início da necrose permanece desconhecido. Os autores não especificaram o número de casos de necrose registrados após 2014 (data a partir da qual a via subcutânea não foi mais autorizada na União Europeia) ou após 2019 (quando a ANSM abriu a possibilidade de usar a via subcutânea em determinadas situações).

NA PRÁTICA A via subcutânea: somente em casos raros. Essas observações nos lembram que a ceftriaxona subcutânea expõe os pacientes ao risco de necrose cutânea, adicionalmente aos efeitos adversos comuns às outras vias de administração. Esses casos de necrose às vezes são graves o suficiente para justificar o tratamento cirúrgico. São muito raras as situações clínicas que requerem terapia antibiótica em que a injeção subcutânea é somente a via praticável e em que a ceftriaxona é a melhor opção possível.

Referências selecionadas da literatura da Prescrire

  1. Prescrire Rédaction “Ceftriaxone par voie sous-cutanée: une pratique incertaine très peu évaluée” Rev Prescrire 2020; 40 (436): 107.
  2. Prescrire Rédaction “Céphalosporines” Interactions Médicamenteuses. Prescrire 2024.
  3. Janosch L et al. “Enquête de pratique sur l’utilisation de la voie sous-cutanée pour administrer des antibiotiques en médecine ambulatoire” Infect Dis Now 2021; 51 (5) Suppl.: S50-S51.
  4. Forestier E et al. “Subcutaneously administered antibiotics: a national survey of current practice from the French Infectious Diseases (SPILF) and Geriatric Medicine (SFGG) society networks” Clin Microbiol Infect 2015; 21 (4): 370-373.
  5. ANSM “Lettre aux professionnels de santé – Mise à jour de la lettre envoyée le 22 octobre 2019. Ceftriaxone (Rocéphine° et génériques). Rappel sur les voies d’administration” November 2019. Published online at www.ansm.sante.fr 14 April 2021: 2 pages.
  6. Pecquet PE et al. “Skin necrosis after subcutaneously administered ceftriaxone: Cases notified to the French national pharmacovigilance database” Poster PS-011 Fundam Clin Pharmacol 2023; 37 (suppl.1): 97 + poster + abstract PS-011: full version 1 page.
  7. ANSM “RCP-Rocéphine 1 g/10 ml, poudre et solvant pour solution injectable (IM)” 10 November 2023 + “RCP-Rocéphine 1 g/3,5 ml, poudre et solvant pour solution injectable (IM)” 10 November 2023 + “RCP-Ceftriaxone Viatris” 16 February 2022.
creado el 15 de Mayo de 2025