Resumo
Antecedentes
O vemurafenibe (Zelboraf®, Roche), aprovado pela FDA em 2011 para melanoma irressecável e metastático e doença de Erdheim-Chester, vendo sendo investigado em ensaios para outros tipos de câncer com mutação do gene BRAF. Apesar de 12 anos de uso clínico, o perfil de risco-benefício para indicações off-label permanece incerto.
Desenho da pesquisa e métodos
Este estudo revisou sistematicamente os ensaios clínicos que utilizaram vemurafenibe em neoplasias malignas em adultos, com respostas avaliadas usando RECIST ou critérios semelhantes. Em 25 de maio de 2023, pesquisamos PubMed/MEDLINE, Embase, Cochrane CENTRAL e ClinicalTrials.gov. A triagem e a extração de dados foram realizadas de forma mascarada e duplicada, coletando dados sobre as características do ensaio, eventos adversos, sobrevida livre de progressão, sobrevida global e taxas de resposta objetiva.
Resultados
O vemurafenibe foi testado em 15 tipos de câncer além das indicações aprovadas pela FDA. Foi observada uma taxa de resposta completa de 0% no câncer colorretal, câncer de pulmão de células não pequenas e câncer papilar da tireoide. Os eventos adversos foram mais frequentes em cânceres não melanoma, com 5.205 eventos de grau 3-5 relatados, o que equivale a dois eventos graves para cada três participantes. Apenas o melanoma metastático demonstrou eficácia consistente, em linha com a sua aprovação pela FDA.
Conclusões
Embora o vemurafenibe tenha demonstrado eficácia no melanoma metastático, o uso off-label resultou em benefícios limitados e aumento dos eventos adversos. Os desfechos pouco claros e os eventos adversos subnotificados destacam a necessidade de melhorar o desenho dos ensaios clínicos.
Palavras-chave: segurança do paciente, vemurafenibe, eventos adversos, medicamentos reaproveitados, perfil de toxicidade, melanoma metastático, indicações off-label, avaliação de risco
Resumo em linguagem simples
O vemurafenibe é um medicamento usado para tratar o melanoma, um tipo de câncer de pele com uma mutação genética específica (BRAF V600E). Ele age bloqueando essa mutação, o que ajuda a impedir o crescimento do câncer. No melanoma, o vemurafenibe melhora a sobrevivência e a resposta ao tratamento melhor do que as terapias mais antigas.
Os cientistas testaram o vemurafenibe para outros tipos de câncer com mutações semelhantes, como câncer de cérebro, pulmão e tireoide. Infelizmente, ele não funcionou tão bem para esses tipos de câncer. Os pacientes desses estudos frequentemente apresentaram efeitos colaterais graves, incluindo reações adversas graves, tornando mais difícil o uso seguro do vemurafenibe fora do melanoma.
Muitos desses estudos foram pequenos e nem sempre definiram de forma clara o critério de sucesso do tratamento. Isso torna difícil saber se o medicamento é realmente útil para outros tipos de câncer.
Esta revisão destaca a necessidade de estudos melhor desenhados para testar o vemurafenibe em outros tipos de câncer. Embora funcione bem para o melanoma, seu uso em outros tipos de câncer pode não trazer benefícios suficientes e pode causar danos. Mais pesquisas são necessárias para entender como este medicamento pode ajudar e para garantir que seja seguro para os pacientes.
Destaques